Os males do excesso de trabalho
- giselesocastro
- 30 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Esgotamento mental e físico, distanciamento intelectual do trabalho e queda de produtividade. Esses são os principais sintomas do burnout, uma síndrome que acomete os profissionais de todo o mundo e acaba de ser incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo considerada um fenômeno ocupacional que aumenta a procura por serviços médicos.

Cada vez mais frequente entre a população brasileira, o burnout tem alcançado índices preocupantes em pesquisas: um levantamento da empresa de recrutamento Talenses aponta que 49% dos profissionais brasileiros já tiveram crises de ansiedade por causa do trabalho, enquanto 44% já experimentaram o burnout.
Uma das principais causas de estresse e de burnout é a prática excessiva de horas-extras, problema recorrente no nosso País. Segundo estudos da empresa de seguros Maxis GBN, publicados na revista Época Negócios, o brasileiro faz uma média de 18 horas-extras por mês, ficando em sétimo lugar no ranking mundial, atrás de Emirados Árabes Unidos, que ocupa o primeiro lugar com uma média de 24 horas-extras mensais, seguido de Estados Unidos, Hong Kong, França, Índia e Rússia.
Com o aumento excessivo da jornada, os profissionais não conseguem alcançar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, ficando distantes da família, abrindo mão do lazer, deixando os cuidados com a saúde em segundo plano e, principalmente, parando de ouvir as suas próprias necessidades e anseios. Esse é um caminho para o adoecimento físico e mental, formando um círculo vicioso bastante perigoso em todos os aspectos.
A solução que imediatamente aparece na cabeça de quase todo mundo é: férias! Engano nosso. Um estudo feito pela Associação Americana de Psicologia mostra que o período de descanso pode aumentar ainda mais o estresse, pois acabamos ficando mais tensos preparando uma ausência prolongada, acumulando serviços e responsabilidades. E, mesmo quando as férias trazem efeitos positivos, perdemos todas as benesses trazidas pelo descanso em apenas alguns dias.
Qual é, então, a saída para evitar o burnout? De acordo com consultoria especializada, ouvida pela revista norte-americana Quartz, o segredo é mais simples do que se imagina: temos que realizar pequenas pausas a cada 90 ou 120 minutos de trabalho. Ou seja, a cada duas horas de produtividade, é necessário realizar um período de cinco a dez minutos de ociosidade, reservado para tomar um café, dar uma caminhada e até mesmo bater um papo descontraído com um colega.
Esse hábito, embora fácil e acessível, acaba não acontecendo na prática. Então, é importante usar um cronômetro que alerte a cada necessidade de pausa, de modo que o profissional se sinta obrigado a relaxar por alguns minutos. Em vez de perder tempo, o trabalhador vai ganhar agilidade, pois voltará mais disposto e atento para realizar as suas tarefas.
Portanto, cuide do seu bem-estar e, como consequência, aumente a sua capacidade de produção. Zele pela sua saúde física e mental, tornando-se um profissional melhor, cheio de energia, comprometido com a empresa e realizado em todos os campos da vida. Deixe para amanhã o que não precisa ser feito hoje!




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